terça-feira, 23 de novembro de 2010

nine

Faz meses desde que então partistes. Mas nem de longe consegui perceber, o tempo foi mais rápido que minhas percepções. Ele mostrou que alguns meses não são eternidades nem piscadas despercebidas de olhos. Ele mostrou que as coisas não são como imaginamos. E graças a ele que não são.

É bom perceber que ainda continuo inteira mesmo sem o grito da janela, mesmo com o trânsito mais calmo e sem meio-fio, sem as provas do dia seguinte, sem as danças com botões e cores, sem manias, repetições, sem o que eu considerava melhor.

É inútil achar que há males que vem para o bem em uma situação como essa. É até errado achar que há males que vem para o bem em uma situação como essa.

Mas existem coisas não se pode prever, coisas que não dependem exclusivamente de nossas vontades e por isso, agora, eu não vejo mas as coisas como antes.

Embora distante ainda sou assombrada por vultos rápidos que não duram mais que um fim de semana. Ora bons, ora não tão bons assim, mas que sempre acabam bem. E apesar disso apenas me fazer bem é comum que eu sinta saudade... e falando em saudade, esta foi uma das últimas heranças que me deixastes.

Ela se tornou minha principal companhia, da hora em que acordo, durante o dia, antes de dormir ela tem sido fiel e tenho absoluta certeza que não me deixará com facilidade.

Por isso pensei em fazer com ela o mesmo (...).

Algo como um desencontro, uma decepção, trocá-la por um novo sentimento, queria ver se assim ela me deixava. Mas no fim tive medo, medo de perdê-la e então passar a sentir saudade de minha própria saudade. Talvez com isso eu não sobrevivesse!


twenty-three. eleven. ten - nine.

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